sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Prefeitura Municipal de Coelho Neto e AGERP Promovem Reunião Com Criadores e Agricultores !



A Secretaria de Agricultura, Pesca, Abastecimento e Meio Ambiente de Coelho Neto realizou na manhã de hoje (27), no Teatro Municipal uma reunião com todos os criadores e agricultores do município de Coelho Neto.


O Objetivo da Reunião era tratar sobre os financiamentos para as atividades de pecuária e agricultura familiar em Coelho Neto.


Estiveram participando da reunião o Secretário Domingos Dias reapresentando o Prefeito Soliney Silva, o Presidente da Câmara e do Sindicato dos Trabalhadores Vereador Antonio Pires, a Diretora regional da AGERP Marta Surama, e o gerente da agência da Caixa Econômica federal de Caxias 


A ARGEP é um órgão que objetiva abranger a agricultura familiar, a pequena e a média agricultura, socializando as novas tecnologias e proporcionando assistência técnica intensiva e continuada, visando a diversificação, a integração, o aumento da produção e produtividade do setor agropecuário.


Sua atuação é baseada na Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma Agrária (PNATER), instituída pela Lei Nº 12.188 de 11 de janeiro de 2010 , a Lei de Ater, cuja formulação e supervisão são de competência do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA e que define, ainda, os princípios e os objetivos dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).



A Agerp tem buscado parcerias com entidades locais e nacionais no sentido de melhor atender ao seu público, que é o agricultor familiar”, enfatizou enquanto lembrou da importância do trabalho desenvolvido pela agencia em nossa região. Frisou o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Antonio Pires.

Temos o total apoio do Prefeito Soliney que se coloca cada vez mais à nossa disposição para buscarmos melhores estrategias de beneficiar o agricultor família da cidade e na zona rural. Este encontro da Agerp só nos reforçar a continuar a luta por melhores condições de vida dos nossos agricultores . Disse o Secretário Valdernir Lopes.

Estiveram presentes na reunião além do Presidente da Câmara os vereadores : Júnior Santos, Antonio Lustosa, Sillas Alexandre, Francisco Duruteu e Cristiane Bacelar.

3º Recital de Formatura acontece nessa segunda-feira

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) realiza, nessa segunda-feira (30), às19h, o 3º Recital de Formatura do curso de Música, no auditório do prédio de Ciências Biológicas.
Sob a coordenação do professor Christoph Küistner, o recital vai contar com apresentações musicais de formandos e convidados.
No mês de julho, o curso de Música realizou o primeiro recital de piano, um momento para comemorar a aquisição do novo instrumento. Veja AQUI 
Lugar: São Luís - MA
Fonte: Pagina da UEMA

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Inicio Aulas Coelho Neto002O Instituto Federal do Maranhão - Campus Coelho Neto – já iniciou suas atividades pedagógicas. Os alunos de Técnico em Informática, modalidade Integrado e Técnico em Automação Industrial, modalidade Subsequente começaram a frequentar a escola no dia 16 de setembro, após a chegada de professores temporários. 
Reuniao com a Secretaria de Educacao02Candidatas  Programa Mulheres Mil


Para isso, no dia 13, foi realizado o Encontro Pedagógico do campus, com a participação da Pró-reitoria de Ensino do IFMA, por meio da Diretoria de Educação, ali representada pela pedagoga Maricéia Lima. De acordo com a Direção, em 2013 a escola também estará oferecendo cursos do Programa Mulheres Mil, com as turmas de Qualificação Básica em Culinária e Atendente Comercial, atendendo mulheres em situação de vulnerabilidade social das localidades de Olho D’aguinha e Parque Amazonas do entorno do campus.

Já o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) oferecerá uma turma na modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC) para quarenta alunos do curso Auxiliar Administrativo, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Social e Prefeitura Municipal de Coelho Neto.


“A parceria com a Prefeitura de Coelho Neto tem contribuído para que possamos trabalhar e dar resposta à sociedade”, diz o diretor, Arcenildo Nascimento. Segundo ele, várias reuniões com a Secretaria de Educação e com a Secretaria de Assistência Social possibilitaram a implantação do Programa Mulheres Mil e do Pronatec. “Contamos também com a colaboração das alunas do curso de Serviço Social da Faculdade Facam, de São Luis Polo Coelho Neto, que trabalharam voluntariamente na seleção das candidatas do Programa Mulheres Mil”, acrescenta.

Os profissionais que atualmente compõem o quadro docente da escola são:

Jaqueline Cardoso (Artes), Aleide Ataide (Língua Portuguesa), Bianca Fernandes (Geografia), Isael Moreira Lima (Informática), Samya Thalyta Moreira (Física), Jociel Costa (Biologia) e Rubens Almondes (Matemática).
Última atualização em Qua, 18 de Setembro de 2013 18:57

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Mídia digital: dos princípios da liberdade à democracia ilusória
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Patrícia Diniz Santos

Resumo Este artigo aborda as transformações da mídia digital, com ênfase para o fenômeno internet. Analisa o caráter inovador, de desenvolvimento tecnológico e social, ao mesmo tempo em que revela os perigos da manipulação através desse novo meio.
Abstract This article approaches the transformations of the digital media, with emphasis for the phenomenon internet. It analyzes the innovative character, of technological and social development, at the same time in that reveals the dangers of the manipulation through the new media.
Palavras-chave Informação – Globalização – Internet

Introdução
Muito vem sendo falado sobre os avanços tecnológicos e a grande revolução que vem sendo processada na sociedade em razão de tais avanços. Vivemos em uma chamada Sociedade de Informação. Mas afinal, quais os conceitos envolvidos nessa nova sociedade e as reais conseqüências para os envolvidos nos processos comunicacionais? A questão permanece mais polêmica ainda quando tratamos da aparente aura democrática que envolve a web. A enxurrada de opiniões, idéias e outras formas de participação asseguram ao meio uma comunicação de fato democrática?
Devemos começar revelando alguns conceitos sobre novas tecnologias em comunicação, que se mostram essenciais para o entendimento do tema.  As mudanças não se processam apenas no campo da internet, apesar de ser este o grande objeto de debate. A grande característica da nova mídia é a interatividade, fornecendo ligação entre o consumidor da informação e o emissor, seja através do jornal on line, da televisão a cabo, da videoconferência, ou do próprio computador e suas ligações hipertextuais ou conectado à internet, dentre outros meios que poderíamos citar.
Esta seria a terceira grande transformação na mídia por intermédio da tecnologia. A primeira ocorreu  com o surgimento das impressoras a vapor e do papel jornal barato. Depois disso, veio a transmissão por ondas eletromagnéticas (rádio em 1920 e televisão em 1939). Agora presenciamos um no patamar nas tecnologias de armazenagem, produção e difusão de informação.
Os números da chamada revolução são assustadores. No mundo, existe 1,26 bilhões de televisores (dos quais mais de 200 milhões funcionam a cabo), aproximadamente 60 milhões ligados a uma rede digital. A World Wide Web (WWW) levou apenas nove anos (criada em 1990) para alcançar um incrível número de usuários: estipula-se cerca de 150 milhões de pessoas ligadas na internet. Há projeções de que a Internet em 2001 alcance um número de usuários entre 600 milhões e 1 bilhão (1).

Sociedade de Informação

A Sociedade da Informação, ou do conhecimento,  caracteriza-se pela valorização do saber como forma de acesso ao poder. O pretenso salto democrático da Terceira Onda (2) veio com o desenvolvimento tecnológico da sociedade pós industrial e com as novas oportunidades de renovação social e política. Nessa sociedade, as fontes de poder e riqueza dependem da capacidade de geração de conhecimento e processamento de informações. A expansão da tecnologia levou a um processo amplo de globalização, transnacionalização, novas relações de trabalho, mudanças no lazer e consumo.
Três grandes blocos econômicos estão à frente na elaboração dessa nova ordem mundial:  os Estados Unidos, a Europa unificada e o Leste Asiático.  Enquanto estes blocos dominam a nova rede tecnológica e de comunicações, os países periféricos enfrentam uma nova fase de colonialismo.
O abismo causado pelo desenvolvimento tecnológico agrava a situação social desses países periféricos; na grande maioria não há autonomia tecnológica, já que os investimentos em pesquisa são baixos ou inexistentes, sem falar da onda de privatizações no ramo das telecomunicações – uma das áreas de extrema importância na soberania de um país. Manuel Castells (3) destaca que todas as sociedades estão conectadas globalmente em redes de informação, mas há sociedades majoritariamente conectadas e outras em que somente um pólo dinâmico pertence a essas redes globais informacionais. E essa seria a diferença entre desenvolvimento e irrelevância.
Se o futuro de cada país está intimamente ligado às conexões tecnológicas, o Brasil realmente preferiu manter o “status colonial”. O fosso que nos separa dos mais favorecidos está sendo aprofundado pela política de cortes na área de ciência e tecnologia, essencialmente na universidade pública brasileira. A política atual baseia-se na diminuição de recursos para financiamento da pesquisa e da pós-graduação, redução das bolsas e em um projeto de “autonomia” que mascara uma pretensão de desobrigar o Estado do financiamento das universidades.
Em todo mundo, existem aproximadamente 800 milhões de desempregados. Os países períféricos enfrentam de maneira desproporcional o processo de automação e apresentam dados ainda piores.  No Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas não estão preparadas para lidar com a era da automação. Além da falta de capacitação para os avanços mais recentes,  mais de 50% dos brasileiros podem ser considerados analfabetos e a população economicamente ativa tem um dos mais baixos índices de escolaridade entre os países em desenvolvimento (em média, freqüenta o curso básico durante 3,2 anos, enquanto nos países desenvolvidos a média é de dez anos) (4).
O jornalista Gilberto Dimenstein fala sobre uma nova espécie de analfabeto: “Quem não souber manejar as redes de computadores e ler o mundo digital está em desvantagem”(5). É a realidade do analfabeto digital fadado à discriminação, marginalizado no mundo produtivo e excluído da Netrópolis (6) –  um espaço desterritorializado que une pessoas em todo o mundo. Esta será mais uma barreira num país socialmente injusto como o Brasil e mostra a pior face do desenvolvimento tecnológico.
Uma mudança de atitude como a introduzida pelo computador no mundo produtivo só havia sido experimentada anteriormente com a revolução industrial – transformações baseadas no aperfeiçoamento da organização de produção pela racionalização dos métodos (o trabalho artesanal foi substituído pela utilização de máquinas). Enquanto a revolução industrial introduziu o trabalho assalariado, a terceira onda significa o seu fim.
As forças produtivas passam a ser a ciência e a tecnologia; a economia pós-moderna diferencia-se da fordista (produção em escala) na medida em que descarta a padronização e a especialização. Nesta nova realidade,  mercado de trabalho enfrenta o chamado "desemprego estrutural”(ou "tecnológico"), crescente na mesma proporção dos avanços. O perfil do trabalhador do futuro estará diretamente ligado à sua capacidade de aprendizagem.

A importância da web

            A internet foi concebida inicialmente como uma rede de comunicação dos norte-americanos, na época da guerra fria, e acabou utilizada por universidades e centros de pesquisa com finalidades acadêmicas. Até o início da década de 80 era predominantemente norte-americana até o grande boom da World Wide Web.
A possibilidade de publicação de documentos unindo texto, imagens, som e vídeos foi um dos artifícios que mais contribuiu para o crescimento da Internet. Além disso, o hipertexto como interface atrativa e de fácil manuseio, estabelecendo infindáveis links, inaugurou uma leitura não linear; ou seja, o texto não obedece a ordem início/meio/fim. A partir daí, a navegação tornou mais fácil o intercâmbio entre culturas e a difusão de informação.
            No Brasil, em menos de um ano a internet dobrou de tamanho em número de usuários. A Internet faz parte do universo de 7% dos 15.115 entrevistados pelo IBOPE para a 3ª edição da pesquisa Internet Brasil projetando cerca de 2,5 milhões de internautas no Brasil (7). São informações de todas as espécies disseminadas através de sites ou levadas à discussão em grandes assembléias na forma dos grupos de discussão (8).
            A rede também facilita  a transmissão de  informação para um número ilimitado de pessoas, através de broadcasting na rede – o webcasting - a custos considerados baixos. Essa capacidade está sendo explorada principalmente pelos veículos de comunicação e, agora, começa a ser usada para fins publicitários. É a web a serviço da economia seja na forma de comércio eletrônico, na guerra entre os fabricantes de softwares, principalmente na indústria de anti-vírus.
Como a televisão foi alvo de inúmeras críticas e estudos por sua informação ágil e pelo poder de manipulação, a internet agora passa a ser o objeto de sedução e centro da análise. Muitos consideram a web um instrumento democrático, já que torna acessível uma infinidade de informações sem nenhum tipo de censura. Seria a passagem de uma comunicação massiva da mídia convencional para uma comunicação democrática. A rede tem por definição a  inexistência de censuras.
O sociólogo Pierre Lévy, um dos grandes defensores do potencial do ciberespaço fala sobre possibilidade de uma nova forma de democracia através da apropriação das novas tecnologias. O “novo espaço do saber” seria a chave para profundas mudanças sociais, econômicas e políticas personificadas em um modelo de sociedade sem vínculos territoriais, relações institucionais ou laços de poder.
Internet e democracia
Nada garante que o potencial democratizante do ciberespaço leve a uma realidade bem sucedida. Para começar, é preciso superar a dificuldade de acesso à tecnologia – um aparato tecnológico que inclui computadores em constante mudança e provedores de acesso com preços proibitivos para uma grande parcela da população. Apenas 2% da população mundial está conectada à internet.
O próximo passo será identificar o modo com o meio será usado; Além da predominância de home pages institucionais com distribuição da “informação permitida”, existe a acusação de que as relações através da rede levam à homogeneização das culturas e do pensamento de forma submissa e consumista (9). A rede materializa não só o inglês como idioma universal, mas também padroniza os conteúdos e as formas de transmissão e recepção de informações.
A rede também cria suas próprias hierarquias e leis. A chamada “netiqueta” é uma prova de que as relações são guiadas por uma espécie de código de ética. Mesmo dentro das “regras”, as idéias podem esbarrar em outros tipos de restrições. Além de exigir o domínio de códigos, símbolos e língua, é preciso superar outras barreiras na sociabilidade. Ao contrário do que se imagina, as relações ainda se encontram vinculadas a barreiras geográficas e culturais.
            Dados comprovam que a interação internacional, isto é, o contato com usuários de outros países (seja pela troca ou pela consulta a informações), circula em torno de 43%, sendo que esta atividade é cada vez maior em países ditos periféricos. Fica claro que os usuário dos países ricos tendem a se comunicar menos com informações estrangeiras do que aqueles dos países pobres. Os internautas dos países periféricos visitam constantemente informações produzidas nos países ricos, de maneira até desproporcional (10).

Privacidade X Controle

            A tecnologia permite a capacidade de divulgar informações na mesma velocidade em que pode espionar as próprias fontes. A afirmação nos leva a uma pergunta inevitável: a internet está a serviço de quem? Será um longo caminho percorrido nas inúmeras teorias conspiracionistas, que inclui a Microsoft como líder absoluta na corrida pelo poder. Afinal,  as empresas que disputam o mercado da tecnologia informática e das telecomunicações sabem que o domínio da informação significa a conquista do poder.
            O fato é que o Estado pode sim conseguir informações sobre os cidadãos. Não só os Estados, mas qualquer grupo econômico que tenha em mãos a tecnologia adequada. É certo que todos os comandos realizados na rede estão disponíveis para monitoramento; é possível juntar informações sobre o meio usado, a freqüência de uso, o destino da mensagem, o assunto e até mesmo o conteúdo de qualquer mensagem.
É preocupante que informações transmitidas pela rede possam vir a ser controladas por uma espécie de Big Brother, como na obra “1984” de George Orwell. O risco do controle de informações torna-se ainda mais iminente com a internet e já é fato que grande parte dos sites consegue dados de seus visitantes através de “cookies”. Pesquisa divulgada na revista Veja (dias 21 a 27/03/99) afirma que pelo menos 92% dos sites norte-americanos obtêm informações de seus visitantes, seja através de formulários ou de cookies.
Recentemente foi divulgado (11) que a National Security Agency (NSA) dos EUA, com a colaboração de agências similares da Austrália, Canadá, Inglaterra e Nova Zelândia, tem em mãos um sistema de espionagem global: o Echelon. A finalidade seria propor (ou aprovar) algoritmos para uso do governo norte-americano e quebrar os sistemas criptográficos de outras nações, tendo acesso ao conteúdo das suas comunicações.
O  Echelon pode capturar e analisar qualquer chamada telefônica, e-mail ou transmissão de fax e telex em qualquer parte do planeta, não importando o meio de transmissão utilizado (satélite, microondas, celular ou até fibra óptica). As mensagens podem ser minuciosamente examinadas à procura de palavras-chave. Qualquer mensagem que contenha uma dessas palavras é automaticamente gravada e transcrita para posterior exame.
Para que o Echelon possa desempenhar sua missão é preciso que as mensagens interceptadas não sejam criptografadas ou o sejam com chaves da ordem de 40 bits, já que estas podem ser decifradas em tempo real pelos supercomputadores da NSA. Por isso o tema criptografia anda na pauta de discussão de vários países e alguns deles até proíbem a importação de ferramentas para criptografias. Nos EUA as únicas permitidas são chaves menores, de seis caracteres para cada letra – que podem ser facilmente interceptadas.
No Brasil, uma lei (12) permite que a polícia intercepte ligações telemáticas ou telefônicas com ordem judicial. As reações aqui ainda são tímidas, mas no mundo inteiro campanhas mostram preocupação de como estas informações serão usadas no futuro e em benefício de quem. A privacidade na rede está em jogo e com isso a própria segurança. A tecnologia permite determinar nome, endereço eletrônico, localização e as próprias preferências dos usuários. O big brother está vivo, vigiando milhares de pessoas neste momento.

Sobre os limites

A questão da liberdade de expressão na rede esbarra na discussão sobre a necessidade de censura na internet. Muitos países ainda proíbem o acesso ou controlam através de filtros de conteúdo. Na Arábia Saudita, todos os sites são controlados pelo governo – que bloqueia o acesso a conteúdos considerados ofensivos ao islamismo. O Vietnã estabeleceu, através de decreto, o controle de conteúdo e a censura na Internet. O controle chega a níveis extremos. Na China, dois hackers que invadiram um banco foram mortos, e pessoas que escreviam e-mails a favor da democracia presas (Fonte: Folha de S. Paulo, 30/06/99).
Com tantas agressões à livre expressão, foi criada uma forma de protesto: a maior campanha que em favor da liberdade intelectual nos meios de difusão online. É a Campanha do Laço Azul (como símbolo dos direitos civis básicos no ciberespaço) que começou nos Estados Unidos e já se espalhou por todo o mundo. Organizações de defesa dos direitos civis e da liberdade de expressão on-line repudiam qualquer forma de censura.
Mas a rede precisa de fato de alguns limites administrativos ou seria um ambiente auto-regulador? Muitos acreditam cada um decide em que comunidade virtual deve interagir, de acordo com as regras de cada uma, ou que os pais devem exercer o controle sobre os seus filhos.
            Alguns sites já dão garantias a seus visitantes, certificados de segurança ou indicações de instituições renomadas. Mesmo assim, ainda existem muitos espaços para promessas enganosas, fraudes e páginas de conteúdo racista ou pornográfico. Muitos desses conteúdos ferem leis e questões éticas. Já está sendo exercido uma espécie de controle por provedores de acesso e, na maioria das vezes, o que é crime no mundo real passa a ser crime na rede de acordo com o espaço geográfico.
            A censura na internet também pode estar sendo processada de forma mais sutil. Como aconteceu com a televisão, progressivamente, o capitalismo se encarrega de excluir ou marginalizar os espaços que contrariem as normas comerciais. Através de portais, banners, ou sistemas de busca que direcionam as preferências. Essa é uma previsão que não pode ser descartada.

Oligopolização dos meios

Os meios de comunicação de massa são mais uma arma usada pelo globalitarismo (13) para manter as aparências de democracia. No Brasil, a ligação está quase explícita. O professor da UFBA Sérgio Mattos revela em seu livro “O Controle dos Meios”  os incentivos que o Estado fornece aos meios de comunicação como forma de pressão e controle. A ajuda oficial pode ser a concessão de rádios ou tvs, isenção de impostos e empréstimos obtidos junto aos bancos oficiais.
“Em 1992, a título de exemplo, a Rede Globo de Televisão foi contemplada com um empréstimo da Caixa Econômica Federal, a juros de 12% ao ano, numa época em que as taxas de juros oscilavam de 25% a 30% ao mês”. Para o professor Sérgio Mattos, os interesses e benefícios dirigidos à Globo são por causa do índice de audiência (cobre 99,84% dos 5.043 municípios brasileiros e chega a 74% de audiência no horário nobre).
A hegemonia da rede Globo alcança a área de TV paga - através do sistema NET detém 70% dos 2,5 milhões estimados de assinantes no país; os outros 30% são assinantes da TVA da Editora Abril e pequenos operadores – e agora também é um dos grupos acionários de uma das operadoras de telecomunicações.
A globalização tem como uma das principais conseqüências mais evidentes a concentração da propriedade, são as mega-empresas mundiais que dominam a área de comunicação. Essa política internacional tem a presença não só das novas mega-empresas, mas também dos organismos internacionais - nos quais os Estados nacionais atuam formulando políticas públicas nacionais e internacionais do setor.
No Brasil o favorecimento a essa política vem desde o início do Governo de Fernando Henrique Cardoso: a Lei do Cabo (Lei 8.977/1995) permite a participação estrangeira em até 49% do capital das concessionárias; a quebra do monopólio estatal das telecomunicações (EC 08/1996); a Lei Mínima (Lei 9.295/1996) permitiu a entrada de capital estrangeiro nas áreas de telefonia celular e das telecomunicações via satélite, no limite de 49%, até julho de 1999; e a Lei Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/97) que autoriza o Poder Executivo a estabelecer quaisquer limites à participação estrangeira no capital de prestadora de serviços de telecomunicações; sem falar na privatização do sistema Telebrás(14).
Com os meios de comunicação subservientes e uma política baseada na dependência de países os quais são nossos competidores, qualquer tentativa de mudança torna-se nula. Nós temos o “potencial democrático” através da internet, mas continuamos amarrados na “periferia colonial”. O controle neoliberal talvez possa ser derrubado pela sociedade se chegarmos, um dia, a um estágio onde cada um reivindique, em primeiro lugar, o direito à informação.
Conclusão
            As novas tecnologias levarão a mudanças no próximo milênio onde uma única máquina será capaz de integrar computadores, aparelhos de tv, videocassetes, compact discs. Os benefícios dessas mudanças são facilmente enumerados, mas as reais conseqüências não podem ser medidas. De fato, podemos chegar a um estágio de democracia cultural, mas a pretensa revolução informática parece mais um elemento da industria cultural (15), com uma nova roupagem.
            Torna-se cada vez mais difícil crer no suposto discurso modernizante de que a mudança técnica vai mudar toda a estrutura social. A comunicação através das novas tecnologias continua massificante no conteúdo disponibilizado e na quantidade. As barreiras se tornam os critérios usados na retenção da informação ou na confusão que os excessos causam. Assim com a televisão caracterizou-se pela velocidade das imagens e textos, a internet caminha para a sobrecarga de informações. E o pior, poucos se dão conta disso e não sabem distinguir o aprendizado real de uma satisfação ilusória.
            O acesso à informação significa, antes de tudo, o rompimento do controle dos conglomerados de comunicação e o fim das benesses oferecidas pelos Estados a esses grupos. Seria o fim do monopólio da informação unidirecional do centro (grupos dominantes) para a periferia (explorados).
A existência de sociedades democráticas não estará assegurada a partir do nascimento de nenhum meio, mas sim com o surgimento de conquistas coletivas e na distribuição igualitária dos conteúdos informacionais. A educação ainda é a mola mestra do desenvolvimento. Ao assegurá-la garantiremos muito mais que uma consciência crítica, nos tornaremos capazes de exigir o direito à informação qualificada - quer dizer, o domínio dos códigos formais (oral ou escrito) e técnicas narrativas nos torna capaz de exercer de fato a cidadania digital.

Notas Bibliográficas

(1) Fontes: A Internet e as novas desigualdades (www.esec-canecas.rcts.pt/mario/internet-desigualdades.html ; O Futuro da Internet. Revista Internet.br (http://www.internetbr.com.br/secoes/colunistas/parabolica/parabolica37/intro.asp ; A saga da Internet. Folha de São Paulo. 19/02/98.
(2) TOFLER, A. A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record. 1980
(3) A revolução de um mundo ligado. Entrevista dada à Folha de São Paulo. 23/03/99.
(4) Dados da Revista Tecnologia Hoje. Especial. Globalização exige novo
perfil profissional
http://www.techoje.com.br
(5) DIMENSTEIN, Gilberto. Projeto Aprendiz. Coluna América. 18 a 24/01/98.http://www.uol.com.br/aprendiz/colunas/gilberto/america
(6) MORENO, Júlio. Da cidade de pedra à cidade virtual. Jornal da Tarde. SP.
16/07/94.
(7) Pesquisa Cadê/Ibope-99. Projeção baseada na estimativa de 36.674.128 de habitantes da população residente urbana nas 9 regiões metropolitanas pesquisadas, de acordo com o Critério Brasil.
(8) Comunidades virtuais, fóruns eletrônicos ou newsgroups.
(9) SOARES, Delfim. Revolução cibernética na comunicação e ilusão democrática. Ciberlegenda, Número 1, 1998.
(10) CARDOSO, Cláudio. Notas sobre a Geografia do Ciberespaço. Em Pré Textoshttp://www.facom.ufba.br/pretextos .
(11) FRANCO, João Henrique. Criptografia: mantendo o Big Brother vivo. Web World. 19/01/99.
(12) Lei Nº a Lei No. 9.296 de 24 de julho de 1996. André Lemos faz uma breve crítica da lei no artigo De olho no seu e-mail, em A Tarde, 25/09/96.
(13) SOARES, Delfim. Globalitarismo e dependência tecnológica. Considerações sobre a transnacionalidade de uma crise. Ciberlegenda, Número 2, 1999.
(14) LIMA, Venício de A. Globalização das comunicações: o novo e o velho no sistema brasileiro? Em Pré Textos http://www.facom.ufba.br/pretextos .
(15) Conceito trabalhado pelos teóricos da Escola de Frankfurt que aponta a vulgarização da cultura e o discurso manipulador das mídias na massa.

Bibliografia

A saga da Internet. Caderno Especial. Folha de São Paulo. 19/02/98
CARDOSO, Cláudio. Notas sobre a Geografia do Ciberespaço. Em Pré Textoshttp://www.facom.ufba.br/pretextos
DIMENSTEIN, Gilberto. Projeto Aprendiz. Coluna América. 18 a 24/01/98.http://www.uol.com.br/aprendiz/colunas/gilberto/america
DIZARD Jr., Wilson. A nova Mídia. A Comunicação de Massa na Era da Informação. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998
ERCÍLIA, Maria & Toledo, JOSÉ Roberto. A revolução de um mundo ligado. Caderno Mais. Folha de São Paulo. 23/03/99.
FADUL, Anamaria (org.). Novas Tecnologias de Comunicação. São Paulo: Summus Editorial, 1986.
FRANCO, João Henrique. Criptografia: mantendo o Big Brother vivo. Web World. 19/01/99.
Globalização exige novo perfil profissional. Revista Tecnologia Hoje. Especial. http://www.techoje.com.br
LAPPIN, Todd. A liberdade de informação também tem seu preço. Caderno Especial. Folha de S. Paulo, 19/02/98.
LUTFI, Adriana. Internet ainda sofre com as proibições. Folha de S. Paulo. 30/06/99
LEMOS, André. As estruturas antropológicas do cyberespaço
_____________ De olho no seu e-mailA Tarde, 25/09/96.
LÉVY, Pierre. Um sistema auto-regulador. Caderno Mais. Folha de S. Paulo. 12/04/98
___________ Tecnologias intelectuais e modos de conhecer: nós somos o textohttp://www.hotnet.net/~candido/nossomos.htm 
LIMA, Venício de A. Globalização das comunicações: o novo e o velho no sistema brasileiro? Em Pré Textos  http://www.facom.ufba.br/pretextos
MORENO, Júlio. Da cidade de pedra à cidade virtual. Jornal da Tarde. SP.
16/07/94.
PINHEIRO, Marcos Vinicius. O Futuro da Internet. Revista Internet.br. Junho/99. (http://www.internetbr.com.br/secoes/colunistas/parabolica/parabolica37/intro.asp
REINALDO Filho, Demócrito. As comunidades virtuais: o desaparecimento dos limites geográficos na organização político-social e os riscos de surgimento de novas formas de dominação. http://www.infojus.com.br/area1/democritofilho7.htm
RHEIGOLD, Howard. Armadilhas de um novo meio de comunicação. Caderno Especial. Folha de S. Paulo, 19/02/98.
SOARES, Delfim. Globalitarismo e dependência tecnológica. Considerações sobre a transnacionalidade de uma crise. Ciberlegenda, Número 2, 1999.
______________ Revolução cibernética na comunicação e ilusão democrática. Ciberlegenda, Número 1, 1998.
TOFLER, A. A Terceira Onda. Rio de Janeiro: Record. 1980
TÓTORA, Roberta. Cidadania Digital.http://www.cac.ufpe.br/cultvirt/sinais/totora2/totora2.htm 
VIANNA, Hermano. As Tribos da Internet.http://www.ibase.org.br/~esocius/anais.html
VIRILIO, Paul. Velocidade e Informação: Alarme do ciberespaço!


Patrícia Diniz Santos é Jornalista

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

15/09 | ASCOM-Alcindo Barros

Reitor visita Centro de Estudos Superiores de Coelho Neto

O reitor José Augusto Silva Oliveira visitou, na tarde da última sexta-feira (13), o Centro de Estudos Superiores de Coelho Neto (CESCN), onde reuniu com a diretora Elizete Santos, a professora Raimunda Nonata Reis Lobão, do Centro de Estudos Superiores de Timon (Cesti); as coordenadoras do Programa Darcy Ribeiro, Antonia Ozenira; da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Deyse Santana; professores, funcionários e estudantes.
Prestigiaram a reunião o chefe de gabinete da Prefeitura de Coelho Neto, Domingos Dias; o secretário de Esportes de Coelho Neto, José dos Santos Bastos; o representante da Agência de Empreendedorismo de Coelho Neto, Benedito Lopes; e o maestro Adelino Carvalho.
Durante o encontro, a professora Elizete comunicou ao reitor, sua transferência para o Centro de Estudos superiores de Caxias (CESC) e, ao mesmo tempo, o desligamento do CESCN, assumindo seu lugar, a professora Raimunda Nonata Reis Lobão.
O Centro de Estudos Superiores de Coelho Neto funciona, atualmente, com os cursos de Biologia e Web Dsigner (16 alunos); Programa Darcy Ribeiro, com os cursos de Biologia, Matemática, Química, Física, Letras e História (150 alunos); e UemaNet, com os cursos de Administração, Pedagogia Complementação, Filosofia e Pedagogia (238 alunos). De acordo com o professor José Augusto, muito em breve, está sendo instalado mais um curso no CESCN, o de Gestão Comercial.

Lugar: UEMA-São Luís

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Data de realização das provas do PAES 2014 é modificada.

O reitor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), professor José Augusto Silva Oliveira, reuniu-se, na manhã de hoje (6), com o secretário de Estado da Educação, Pedro Fernandes Ribeiro, na sede da SEDUC, para a análise da proposta de novas datas de aplicação das provas do Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior (PAES 2014).
A reunião contou com a presença da pró-reitora de Graduação da UEMA, professora Maria Auxiliadora Gonçalves Cunha, e da secretária Adjunta de Ensino, professora Leuzinete Pereira.
A modificação nas datas de realização do PAES é uma resposta à solicitação feita pelo Governo do Estado, por meio da SEDUC, à UEMA, tendo em vista proporcionar a participação dos estudantes da rede pública estadual, que representam a maioria dos candidatos inscritos no processo seletivo, já que os mesmos passaram, recentemente, por uma paralisação nas atividades escolares, devido à greve dos professores.
A reunião acordou as novas datas de realização do PAES 2014, sendo 3 de novembro (primeira etapa) e 1º de dezembro de 2013 (segunda etapa). O secretário agradeceu a prontidão da UEMA em avaliar o pedido e trazer uma resposta satisfatória às demandas da sociedade. “Nós fomos alertados por alunos e professores que seria interessante adiarmos as datas e a UEMA fez o possível, adiou por 30 dias, o que é bom e já nos atende. Com isso, podemos responder à sociedade que nos solicitou”, afirmou Pedro Fernandes.
O professor José Augusto ressaltou que a medida foi realizada, a fim de não prejudicar o êxito dos estudantes maranhenses da rede pública no vestibular da UEMA. “Reafirmamos o nosso compromisso com a busca de alternativas e soluções para o grande desafio da expansão com qualidade da educação superior em nosso Estado. O ajustamento do calendário do PAES 2014 foi um excelente trabalho realizado pela Pró-Reitoria de Graduação (PROG)”.
A pró-reitora Maria Auxiliadora explicou as mudanças propostas para o PAES 2014 com relação às edições anteriores. Segundo ela, a escolha da data inicial foi feita devido a realização da reopção de cursos oferecida aos candidatos - proposta inovadora presente no edital nº 066/2013 – PROG/UEMA, que será efetuada após as matrículas dos ingressantes.
A nova proposta contempla a solicitação da Secretaria de Estado da Educação, contribuindo para a participação mais qualificada dos estudantes da rede pública Estadual do Maranhão.
Lugar: UEMA-São Luís
  Já estão abertas as inscrições para o I Encontro Científico e Biológico Sul Maranhense, realizado por acadêmicos do curso de Biologia do Polo Darcy Ribeiro de Porto Franco. O evento acontecerá no período de 12 a 15 de Setembro.

Com o tema “Vida: Sustentabilidade, Ciência e Consciência”, o evento visa discutir e conhecer os impactos das pesquisas científicas e tecnológicas no campo de educação. Durante o Encontro, também serão divulgadas as produções científicas dos alunos do Polo.

As inscrições podem ser feitas presencialmente, até o dia 18 de Julho, no Campus Universitário Darcy Ribeiro de Porto Franco ou online, pelo endereço www.iecbiosulma.zip.net até o dia 17 de Agosto
A programação será composta por palestras, mesas redondas, minicursos, oficinas, exposições e apresentações de trabalhos científicos.
O Encontro será realizado no Campus Universitário Darcy Ribeiro e no Parque de Exposições Alfredo Santos, ambos localizados na Avenida Tiradentes, cidade Porto Franco – MA.
Taxa de Inscrição: 
Aluno: R$ 20,00
Público externo: R$30,00
Órgão externo: R$40,00
Outros: R$ 45,00
 
Telefone: (99)99852342
OBS: O alojamento dos participantes acontecerá no Parque de Exposição Alfredo Santos. Os interessados podem entrar em contato com Jarisson, através dos números (99)81383848 ou (99)99852342
Por: Walline Alves
Data: 15/07/2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Informativo sobre a Semana Nacional de Ciências e Tecnologia 2013.







Pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados em realizar atividades durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2013 (SNCT/2013), tais como palestras, apresentação de pôsteres, oficinas, mini-cursos, entre outras; já podem inscrever as atividades na 4ª Mostra Científica do Maranhão, no site da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) – www.fapema.br. Todas as modalidades de participação são gratuitas.
O evento é organizado pelo governo do estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectec) e pela FAPEMA, e acontece no período de 21 a 26 de outubro na área externa do São Luís Shopping. As inscrições das atividades podem ser feitas até o dia 27 de setembro. “Convidamos toda a sociedade a participar do evento que hoje é considerado o maior evento de popularização da ciência do país. A nossa meta é superar o número de atividades realizadas ano passado para que o Maranhão possa ocupar uma colocação ainda melhor no ranking nacional” disse a diretora presidente da FAPEMA, Rosane Nassar Meireles Guerra.
Em 2012, o evento reuniu mais de 23 mil pessoas. Ao todo foram 1.800 atividades em 44 municípios e 189 instituições participantes, o que rendeu ao Maranhão o primeiro lugar entre os estados do Nordeste e o quinto no Brasil. Este ano, a SNCT tem como tema “Ciência, Saúde e Esporte, escolhido em razão dos grandes eventos esportivos que o Brasil vai sediar nos próximos anos. O evento deste ano vai mostrar como a Ciência, a tecnologia e a inovação, aliados à saúde e ao esporte, podem beneficiar toda a sociedade.
As atividades da SNCT vão estimular a aprendizagem sobre o funcionamento do corpo humano nos esportes, nos exercícios, nos movimentos e na sua relação com o ambiente natural. A semana foi criada por decreto presidencial e é coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e no Maranhão está sob a responsabilidade do governo do estado.
Parceria - A SNCT é realizada em parceria com diversas instituições do setor público e privado, dentre elas instituições de ensino e pesquisa, universidades e escolas tecnológicas, além de secretarias estaduais e municipais. Todas essas participações têm sido fundamentais para o sucesso do evento.

ENCERRAMENTO DA FESTA DE SÃO RAIMUNDO NONATO

Foi realizado na tarde do dia  (31) de agosto a tradicional procissão pelas principais ruas da cidade marcando o encerramento do Festejo de São Raimundo Nonato, considerado por muitos o segundo padroeiro da cidade.
Durante o percurso que teve o acompanhamento da Polícia Militar, o Pároco de Coelho Neto Padre Álvaro Macagnan fez questão de destacar a história de vida do santo e a sua importância para a igreja e toda comunidade católica.
O Prefeito Soliney Silva (sem partido) esteve presente acompanhado dos vereadores Rafael Cruz, Reginaldo Janse-Cará e Márcio Almeida, além de secretários e assessores.

domingo, 1 de setembro de 2013

O incoerente ranking do Enem

O incoerente ranking do Enem


Pesquisador calcula que fatores como o nível socioeconômico dos alunos explicam 75% da nota das instituições no exame e conclui que a divulgação de resultados por escola não é capaz de revelar a influência das unidades de ensino no aprendizado dos alunos


Deborah Ouchana

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é hoje um dos principais meios para os estudantes ingressarem no ensino superior. Não é de se estranhar, portanto, que a avaliação atraia tanta atenção da sociedade e dos meios de comunicação e gere grande interesse público pela divulgação de dados do exame por escola. Contudo, o uso do Enem para avaliar a qualidade do ensino médio é criticado por diferentes pesquisadores da área. Apesar de o Ministério da Educação já ter declarado que o exame é insuficiente como instrumento de avaliação das instituições escolares, a forma como os resultados têm sido divulgados estimula a criação de rankings das melhores e piores escolas - o que resulta em uma política de responsabilização escolar.
Professor de biologia em uma escola da rede privada de São Paulo, Rodrigo Travitzki constatou em sua tese de doutorado que os resultados apresentados nos rankings estão pouco vinculados ao mérito das escolas. Na tese Enem: limites e possibilidades do Exame Nacional do Ensino Médio enquanto indicador de qualidade escolar, defendida na Universidade de São Paulo (USP) em maio de 2013, ele conclui que o nível socioeconômico de seus alunos influencia 75% da nota da escola no Enem. Além disso, outros fatores sobre os quais a escola não tem controle, como religião e cor da pele, têm influência sobre 4% da média. O efeito da escola corresponde a 21% do resultado
Em entrevista concedida ao site de Educação, Travitzki explica a metodologia utilizada para chegar a esses números, fala sobre os conceitos de qualidade educacional e sua importância para definirmos indicadores, além de apontar problemas como as diversas finalidades do exame e a inconsistência de grande parte dos itens.

Como professor de ensino médio há mais de 10 anos, o que você notou de diferente em relação ao Enem no dia a dia em sala de aula?
Eu trabalho em uma escola particular razoavelmente bem cotada no Enem, mas nós procuramos não dar tanta ênfase ao exame e aos vestibulares. Acreditamos que se fizermos bem o trabalho, ele aparecerá nos testes. Mas os alunos se importam muito com o Enem e têm se importado cada vez mais. Uma coisa forte e interessante do Enem é que ele é uma avaliação que pula a escola; é uma relação direta do governo federal com o aluno.

E o que te motivou a pesquisar o exame?No mestrado, eu estudei um tema muito abstrato. Por isso no doutorado quis estudar algo mais concreto. Meus alunos me perguntavam sobre coisas relacionadas ao exame, como a Teoria da Resposta ao Item ou as competências. Eu comecei a estudar para responder as questões deles e fui me interessando pelo tema. O Enem é hoje uma política pública superimportante, mas se estuda e se sabe pouco sobre ela. Achei que era um assunto sobre o qual a academia deveria se debruçar.
Você dedica um capítulo inteiro da sua tese para discutir o que é qualidade educacional e o que seria uma boa escola. Existe um consenso sobre o que entendemos como uma educação de qualidade? Você acredita que nós temos no Brasil um projeto da educação que queremos?
Essa é a pergunta. E é isso que eu quero estudar no pós-doutorado. Não tenho a resposta, mas posso te falar sensações. O que eu fiz no doutorado foi mapear diferentes conceitos de qualidade e mostrar que hoje em dia se trabalha com uma visão bem limitada, não só no Brasil como no resto do mundo. Na tese eu separei a questão da qualidade em duas: o que é um bom aluno e o que é uma boa escola. Quando perguntamos o que é um bom aluno, é como se estivéssemos perguntando o que é um bom cidadão, porque eu entendo que objetivo da escola é tornar o estudante um bom cidadão. O que eu sinto é que, sim, faz parte da qualidade educacional o estudante saber responder questões, mas é mais do que isso. O que significa formar para a cidadania, por exemplo? A ideia do teste é ensinar as pessoas a competir. Uma coisa é quando o estudante precisa cumprir uma nota mínima para mostrar seu nível; outra é quando o teste diz que os alunos bons são apenas aqueles poucos que vão entrar na universidade. Não interessa se o estudante está acima da média. Se tiver alguém acima dele, ele não é suficientemente bom.  O teste fala pro aluno que ele tem que ser responsável pelas coisas dele, mas também diz que o trabalho é individual, que ele não pode colaborar com o colega. Existem algumas coisas pouco trabalhadas pela escola, que nós chamamos de currículo oculto e que eu acho que faz parte da qualidade da educação: trabalho em grupo, incentivo à educação inclusiva, o ensino de valores sociais e o preparo para a democracia. Esse tipo de atividade não aparece nos números e eu acredito que se não tivermos indicadores dessas coisas, acabamos não as valorizando. Por que os pequenos não têm mais história, por exemplo? Porque o PISA [Programa Internacional de Avaliação de Alunos] só avalia linguagem e matemática [e ciências]. Eu acho que o conceito de qualidade educacional precisa ter várias dimensões e antes de pensarmos em um instrumento de avaliação, devemos pensar o que entendemos como qualidade.
Você cita em sua tese que o Enem tem dois modelos diferentes: um antes de 2009 e um depois. Quais são essas diferenças?
A questão dos dois Enems é uma opinião minha. Alguns pesquisadores acham que eu exagerei um pouco ao quebrar, mas mantenho minha opinião. A primeira diferença do exame de 2009 é o formato de 180 questões em dois dias de prova. Outra mudança fundamental foi na matriz de referência. Até 2008 nós tínhamos cinco competências e 21 habilidades e não era hierárquico. Ou seja, uma habilidade poderia pertencer a mais de uma competência. Em 2009 as competências viraram eixos cognitivos e cada área ganhou competências mais específicas que se ramificam em habilidades. É uma estrutura completamente diferente. O que eu não acho interessante é o número de habilidades [são 120] que acabam não ajudando o professor a planejar o currículo. Eu acho que essas mudanças têm a ver com o fato de o Enem estar se consolidando como vestibular.
Com esse segundo formato, o Enem passou a ter múltiplas funções. O exame atende a tantas finalidades diferentes com eficácia?
Em termos de gerência é fácil ter um instrumento que serve para várias coisas, mas a maioria dos especialistas enxerga problemas nisso. Um exemplo bem simples: se você quer um exame para avaliar a qualidade de ensino de um sistema, o ideal é que ele tenha metade das questões com dificuldade média, um quarto difícil e um quarto fácil, porque, por natureza, a maioria das pessoas se encontra na média. Então uma prova boa para comparar sistemas educacionais deve ter muitas questões médias. Já uma boa prova para selecionar alunos para entrar na universidade deve ter mais questões difíceis, porque não importa o estudante que está no meio, mas o que está na ponta.
E como é o Enem hoje?
Quando eu olho para a prova do Enem, ela me parece uma prova mais fácil. Por incrível que pareça, quando eu vejo os dados constato que a maioria dos alunos vai mal. É uma prova que tem mais questões difíceis do que fáceis.
Então podemos dizer que o Enem está funcionando melhor como uma prova de seleção?
É uma hipótese. Mas no que o Enem se aproxima de funcionar melhor como um vestibular, ele se distancia de funcionar bem para comparação de escolas. Tudo aponta para a necessidade de termos mais indicadores.
Apesar de não ser o foco da sua pesquisa, você também avaliou a qualidade técnica do exame por meio de testes de confiabilidade dos itens. O professor José Francisco Soares, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), chegou até a elogiar suas constatações que apontavam um comportamento empírico ruim de alguns itens. O que explica a queda da confiabilidade no novo modelo do Enem?
Uma possível explicação é o menor número de questões: quanto menor a prova, menor deve ser sua confiabilidade. Antes o Enem era uma prova de 63 questões. Hoje são quatro provas de 45.  Uma explicação técnica é essa. Cerca de um terço dos itens do exame de 2009 apresentaram problemas, principalmente nas provas de matemática e ciências da natureza. Itens problemáticos, ou não confiáveis, são aqueles que nos parâmetros técnicos não funcionaram bem quando analisamos a resposta dos alunos. Por exemplo, eu usei um indicador chamado coeficiente bisserial que diz o quanto os alunos que escolheram a alternativa "A" tendiam a ser mais ou menos habilidosos. A ideia é que uma boa questão vai ter um coeficiente bisserial positivo na alternativa certa. Ou seja, se a alternativa certa é a "C", os mais habilidosos tendem a escolhê-la. Uma questão tecnicamente ruim tem um distrator que distraiu demais - então um aluno muito inteligente acaba escolhendo a alternativa errada.
O desempenho de uma escola no Enem é explicado principalmente pelo fator socioeconômico - ele influencia 75% da nota. Como você chegou a esse número?
É uma técnica chamada regressão de nível. Eu usei os dados dos questionários do Enem para criar um indicador de Nível Socioeconômico (NSE) para cada aluno. Para isso usei critérios como escolaridade dos pais, renda familiar e bens domiciliares. A partir do número de cada aluno eu tirei a média da escola. Usei também outras variáveis como cor da pele, religião, estado. Um monte de coisas que influenciam a nota da escola estatisticamente, mas não estão sob o controle dela. O NSE representa 75% da média da uma escola. Se juntar tudo que a escola não pode controlar, chega a 79%. O importante disso é pensar o que o ranking do Enem está nos mostrando e se devemos usá-lo como um indicador de qualidade sério que vai influenciar a valorização de uma escola ou outra. É importante destacar que da forma como é feito hoje, estamos avaliando somente 21% do trabalho da escola.
Por que a influência do nível socioeconômico é maior nas médias das escolas do que na nota individual do aluno?Isso pode ser interpretado de duas formas. A primeira é que é um fenômeno estatístico. Em geral, médias são mais estáveis do que números individuais. Ou seja, se comportam de maneira mais previsível do que o número bruto. Educacionalmente, isso quer dizer que se uma escola é mais pobre ela está quase fadada a ter uma colocação ruim no ranking do Enem. Já o aluno que é individualmente mais pobre, não irá, necessariamente, pior no ranking. O que eu estou analisando e achando mais problemático é que uma escola que tem alunos de baixa renda dificilmente vai estar no topo do ranking, por mais que ela seja boa. E a grande questão é essa em termos de política pública: o problema educacional é quem está embaixo.  Eu acredito que a escola não pode ser uma caixa preta; ela tem que divulgar os seus resultados. A questão é saber que tipo de resultados deve ser divulgado, como e para quem. Na Espanha, é proibido divulgar rankings para evitar o efeito de retroalimentação. Se 80% da nota do Enem é determinada por coisas quenão estão sob o controle da escola, ao publicar o ranking você tende a favorecer escolas que já têm resultado favorável. Por isso eu publiquei na tese um ranking alternativo, para mostrar escolas que têm um alto efeito-escola.
Como ficou esse ranking alternativo comparado ao oficial?
Um terço das escolas acima da média no ranking oficial está abaixo da média segundo o efeito-escola. São escolas que foram valorizadas, mas talvez não estejam ajudando o aluno pensando do seu ponto de partida. Mas o mais problemático é que 20% das escolas que estavam abaixo da média no ranking oficial estão acima de acordo com o efeito-escola. Provavelmente são escolas públicas que trabalham em condições desfavoráveis e mesmo assim têm resultado acima do esperado. Isso é grave, pois estimulamos o sucateamento de escolas boas. Não podemos supervalorizar o ranking.